O mundo está melhor (embora não pareça)

Aumentou a visibilidade das notícias negativas, que chegam ao nosso conhecimento horas e até minutos depois de cada ocorrência

Em grande parte do planeta viceja um sentimento de desesperança alimentado por fatos que, absorvidos de modo simplista, corroboram a impressão de que se vive uma crise civilizatória sem precedentes. No entanto, ressalvada a legitimidade de tal reação emocional, é proveitoso recorrer a dados confiáveis para remar contra essa maré, subsidiando um entendimento poderoso: o mundo está muito melhor do que já foi.

 

Deixemos claro que a espécie humana se vê longe de um patamar evolutivo aceitável, porém, mais do que um aumento nas mazelas do Brasil e/ou do mundo, o que cresceu em maior proporção foi a visibilidade das notícias negativas, que chegam ao nosso conhecimento horas e até minutos depois de cada ocorrência. E, como se sabe, o trágico desperta mais interesse do que o belo ou justo, não só por parte da mídia, mas também pela audiência.

 

Uma das pessoas que apregoa a visão mais positiva do mundo é o economista Max Roser, da Universidade de Oxford, na Inglaterra. No site que mantém, ele mostra que se avançou muito em seis aspectos nos últimos 200 anos. No que se refere à pobreza extrema, por exemplo, em 1950, ela atingia três quartos dos habitantes do planeta e em 2016 a porcentagem tinha caído para 10%. Quanto à alfabetização, em 1820, apenas uma em cada 10 pessoas maiores de 15 anos sabia ler e escrever. Em 1930 era uma em cada três. Hoje, a porcentagem chega aos 85% no mundo todo.

 

Os dados expostos pelo economista atestam melhorias significativas ainda nos campos da educação de modo geral, democracia, vacinação e mortalidade infantil. São indicadores importantes, um lenitivo contra o pessimismo, que entristece e imobiliza. As boas notícias existem e em grande quantidade. Caso o nosso olhar seja mais isento e imparcial, chegaremos às mesmas conclusões otimistas.

 

Por Monica Pinto para editorial do Portal F5 News