“Só a prisão não funciona para violência doméstica”, diz João Paulo Feitosa

O psicólogo João Paulo Feitosa participa do Fala Povo com Alexandre Wendel e fala entre outros assuntos, sobre violência doméstica.

psicologo.jpg

João Paulo Feitosa

 

“A gente percebe que no caso de violência doméstica, só a prisão não funciona para este tipo de conduta. O que a gente observa é que quando acontece só a prisão, há reincidência de casos. O violentador precisa refletir sobre a ação e precisa receber orientação sobre aquilo que aconteceu de maneira que elas possam no futuro se beneficiar desta reflexão e não repetir o ato”, explica o psicólogo.


Em Sergipe, esse trabalho psicológico, segundo João Paulo tem em dois lugares: em Lagarto e na delegacia da região metropolitana de Aracaju. “Estes dois lugares que fazem um trabalho de psicologia aplicada para violência domestica que trabalham com os autores de violência doméstica, tratando para não se torne uma pratica comum desta pessoa”.


Durante a entrevista João Paulo falou também sobre tristeza e depressão. “A emoções são fundamentais para nossas vidas. As pessoas confundem muito ainda tristeza com depressão. A tristeza é um sentimento convencional que a gente precisa para modular a vida que vivemos, não existe uma vida sem emoção, ela é necessária, o que acontece atualmente é que as pessoas são muito intolerantes com as emoções, e as pessoas acham que é muito ruim ficar triste, muito ruim ficar ansioso e as pessoas não conseguem lhe dar com isso. As emoções são normais, um dia podemos ficar triste, podemos também ficar alegre, isso é comum, faz parte da vida”, argumenta.


Para o psicólogo ainda existe este estereótipo de que quem busca psicólogo está doido. “A gente vive em uma sociedade que algumas pessoas por apresentarem comportamentos diferentes são rotuladas e isso é muito ruim, mas a gente observa que os transtornos mentais tem forte impacto na população, vemos muita gente que sofre de depressão, a Organização Nacional de Saúde estima que são em torno de 53 milhões de pessoas sofrem com depressão, a gente observa que isso é muito atual, devido ao corre-corre do dia a dia, as frustações e a gente nota que as pessoas que tem depressão precisam de tratamento de saúde e muitas vezes não procuram por receio”, completa.


João Paulo Feitosa é  psicólogo, tem  18 anos de profissão, é especialista em psicologia clinica, terapia cognitiva e mestre em psicologia social pela Universidade Federal de Sergipe.


Gostou do tema? Ouça entrevista completa no podcast número 153.